Tem um tempo que uma das coisas que eu queria tratar no blog era sobre como a tecnologia avança e, aparentemente, evita o contato humano cada vez mais. Acho que agora, com Pokemon Go na área, é o melhor momento pra falar disso, né? Mas não se enganem, eu sou fã de Pokemon. Estive na febre dos anos 90 e estou agora novamente (evoluindo meus bichinhos um pouco a cada dia).
Pra mim, tecnologia é inevitável. Ela vai avançar e não adianta tentar fugir dela. Mas enquanto ela domina nosso dia a dia, é importante buscar sempre uma maneira de se conectar com as pessoas fora dela. Sabem, o toque da mão com a mão, um abraço apertado, uma conversa frente a frente. Se quiser, marque esse momento pela tecnologia – whatsapp, facebook, instagram, twitter, tinder – mas não deixe que o único contato com outras pessoas seja por meio de letrinhas numa tela.
Um amigo meu uma vez disse que adoraria que a tecnologia avançasse o suficiente para que ele não precisasse nem mais sair de cada para comprar comida. Ela seria entregue adequada e perfeitamente para ele, sei lá, via uma geladeira inteligente que sabe quando acabaram os ovos e ela mesma manda comprar.
Eu acho a ideia fantástica, mas argumentei com ele que ainda prefiro a graça de sair de casa e ir à feira. Sentir o calor do sol (e que sol!) de Brasília, o cheiro de fruta da Ceasa, ouvir aquele barulhão, aquele fuzuê. Mas principalmente: ver o sorriso do produtor da fazenda, dar bom dia pra senhora dos tomates, trocar aquele papo gratuito na fila pra pagar com algum cliente sobre o preço exorbitante da laranja.
Porque, por mais que a tecnologia avance e seja ótimo em vários aspectos, é esse contato que nos faz humanos. Talvez o motivo que estejamos cada vez mais centrados na telinha do Pokemon Go seja exatamente o costume de tratar com pessoas apenas via tecnologia. Acostumamos e, agora, conversar gratuitamente com qualquer um tornou-se uma “chatice” ou “não tenho tempo pra isso”.
Devíamos usar a tecnologia como uma ponte, e não como um refúgio. Tem pessoas autistas ou apenas tímidas que estão saindo de casa por causa desse jogo. E porque não, a partir daí, criar uma ponte? Um contato?
Quando lançaram Pokemon Go, eu estava no shopping para assistir Procurando Dory. Saindo do filme, o local já havia fechado, mas ainda tinham jovens com seus celulares perambulando atrás de pokemons, na wi-fi grátis do shopping. “Que estupidez”? Bom, eu vi sorrisos, brincadeiras entre eles, conversas, olhos brilhando quando alguém identificava outros com a mesma atividade. Eu vi pessoas que não se conheciam interagindo porque chegaram num mesmo ponto x onde havia um Pidgey. “Você viu? Acabei de pegar. É só fazer assim, assado…”.
Eu, com 27 anos, nem velha sou, mas estou ultrapassada da juventude atual. Olho pra mocinhos e mocinhas de 16 anos caçando pokemons e me bate um calor no coração, um pontinho de alegria, ao lembrar que, 12, 13 anos atrás, era eu. Com meu gameboy, na escola, interagindo com pessoas para organizar batalhas pokemon. Eu não era descolada, nem tinha muitos amigos. Mas os que tive graças àquela tecnologia do momento foram ótimos e fizeram meus dias mais felizes. Aquele jogo, aquela nova tecnologia de andar por aí com o olho grudado numa telinha com botões (bem familiar, né), fez algo por mim.
Porque não podemos fazer a tecnologia tornar nossos dias mais felizes, e mais humanos? :)
Depois de muitos pedidos de vocês quando postei no Links Legais que eu estava usando essa receita, agora traduzida e com muitos detalhes para ajudar vocês! Esse pão é mais fácil de ser feito se você tiver uma batedeira fixa, porque vai te poupar trabalho de braço na sova. Mas se não tiver, tudo bem. Nada que um pouco de exercício não resolva.
Pão 100% integral
Receita da Vegan Richa, com adaptações.
Rende: um pão de fôrma, de 22cm de comprimentoPara a esponja
1 xícara de farinha integral
1 xícara de água morna (41˚C a 46˚C)
2 1/2 colheres de sopa de mel, melaço ou açúcar comum
1 colher de sopa de fermento biológico secoPara o pão inteiro
2 xícaras de farinha integral
1 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de óleo de coco líquido, ou de girassol, ou azeite
1 colher de chá de suco de limão, ou 1/2 colher de chá de vinagre branco (opcional)
2 colheres de sopa de água1 – Em uma tigela (se usar batedeira, na tigela da batedeira mesmo), misture os ingredientes da cultura inicial esponjosa com um fouet. Mexa vigorosamente por uns segundos, até acabar com os grumos de farinha e o movimento do fouet formar traços na massa quando você mistura. Reserve a tigela, coberta com um pano de prato, em algum lugar quentinho, tipo seu forno fechado. Se tiver a função de crescer massa nele, melhor ainda. Se não, você pode ligar ele no mínimo enquanto mistura os ingredientes e desligar quando colocar a tigela lá dentro. Deixe por 50 minutos. A massa vai crescer e borbulhar.
2 – Depois dos 50 minutos, acrescente todos os outros ingredientes de uma vez. Se usar a batedeira, coloque o batedor de gancho e ligue na velocidade 2. Depois que a massa se formar, diminua a velocidade para o mínimo, ou o de misturar da KitchenAid, senão aquela bola de massa vai quebrar sua bancada, hahaha. Se estiver fazendo à mão, misture com uma espátula e quando começar a formar a massa, despeje na bancada com um pouquinho de farinha e comece a sovar. Sove ou deixe bater na batedeira por 5 minutos.
3 – Depois, deixe a massa descansar como está por 5 minutos.
4 – Volte a bater na batedeira ou a sovar por mais 5 a 8 minutos, para desenvolver bem o glúten.
5 – Cubra a fôrma de assar com papel manteiga e formate a massa em um rolo para caber dentro da fôrma. Eu faço isso abrindo a massa em um retângulo, depois dobro como se estivesse fechando uma janela, então rolo a massa até ficar no formato aproximado da fôrma. Se alguma imperfeição ficar, posicione ela para baixo na fôrma.
6 – Passe um pouco de azeite delicadamente com um pincel ou com as mãos e deixe o pão crescer novamente em um lugar quentinho, coberto com um pano de prato, por 1 hora.
7 – Pré-aqueça o forno em 180˚C (se o pão estiver lá dentro, tire antes, né!). Passe mais um pouco de azeite no topo e leve para assar por 40 minutos. Quando estiver pronto, o pão deve fazer um barulho oco quando você bater na casca. Espere esfriar um pouco para retirar da fôrma e desgrudar o papel manteiga. Se tudo deu certo, o papel vai soltar com facilidade.
Semanalmente, estou fazendo esse pão em casa. Parecem vários e complicados passos, mas depois que você pega a prática, é bem simples e dá pra fazer em 3 horas em casa. O que mais leva tempo, mesmo, é esperar crescer (a esponja e o pão), mas num geral é uma das receitas de pão mais simples que conheço. E 100% integral!
Dicas:
– Eu sempre coloco algum tempero nesse pão. Geralmente, porque minha dieta manda, eu coloco uma colher de chá de açafrão-da-terra em pó. Já fiz um uma colher de sopa de orégano e uma colher de sopa de semente de linhaça. Apenas seja criativo! O pão aceita praticamente tudo como tempero, já que não interfere na consistência da massa. O que pode acontecer é ele crescer menos ou mais dependendo do que você colocar já que pode deixar a massa menos ou mais ácida, influenciando na cultura do fermento. O pão das minhas fotos tinha açafrão. Se quiser acrescentar temperos, faça durante o passo 2.
– A temperatura exata é a indicada na receita. O ideal é usar um termômetro, sempre, mas como nem todo mundo tem, a indicação é esquentar um pouco de água bem rapidinho. O ponto é uma água morna, que dá pra manter o dedo dentro. Melhor errar pra menos, ou você pode matar o fermento. Se depois do tempo de crescimento da esponja, ela não aumentar na tigela, é porque o fermento ou estava vencido ou morreu.
Pra que serve a tecnologia pra você? (e quem aí está na febre Pokemon Go? Quantos já pegou? Vamos interagir!)