Às vezes, quando não tenho mais o que fazer, eu vou atrás do cardápio de alguns restaurantes que eu sonho em ir depois que assisti Chef’s Table. A ideia (maluca) é avaliar qual viagem dá pra encaixar um deles ou qual viagem teria que ser criada só pra chegar nele. Fico colocando na balança qual oferece a melhor experiência, ou qual deles eu sairia ainda com fome. Todos, de maneira unânime, eu sairia falida.
Mas faz parte. É uma experiência única que se paga para ter, para caminhar entre as nuvens (dos ricos) por algumas horas e provar ingredientes e texturas que sua boca jamais imaginou. Pelo menos é isso que eu busco.
Se você já viu Chef’s Table, sabe como é incrível ver a montagem daqueles pratos. Sim, eles parecem minúsculos, mas não é essa a ideia. Se for pra sair na fartura, melhor ir num self-service. A ideia ali é comer até o ponto exato necessário para seu paladar sentir coisas que você talvez nunca sentiu antes. Isso tudo me fascina e, por isso, pagar uns 200 dólares na refeição, uma vez na vida, não me parece tão absurdo.
Mas eu sou exigente, também. Me recuso a pagar 200 dólares numa marca – ou seja, quando não estou provando coisas inovadoras, e sim experimentando os testes de alguém de renome.
Claro que todos esses do Chef’s Table – e todos os chefs que acabam em listas de melhores do mundo ou com estrelas Michelin – passam a cobrar pela marca. Porém, já diferenças, honestas diferenças.
Meu favorito de todos os Chef’s Table por enquanto é Grant Achatz. Primeiro episódio da segunda temporada. Ainda não terminei a terceira.
Grant, depois de vencer um câncer na boca e perder parte do paladar e achar que ia morrer aos 30 anos de vida, consegue servir um prato em cima de um travesseiro de noz-moscada. Que chef. É esse tipo de momento que eu pago sem sofrer os 200 dólares pra reserva da mesa.
Grant te fala: não existem regras, você faz o que quiser. E, disso, dá pra tirar um monte de coisas pra sua vida. Pare de achar que não dá pra fazer algo porque existem regras. Que regras? Quem as fez? Não está na hora de desconstruir regras? Quais regras dá pra desconstruir? Eu assistindo Grant montando uma sobremesa em cima da mesa e pensando nisso tudo.
Aliás, era o restaurante do Grant mesmo que eu estava olhando agorinha. O Next, que deve ser tipo o modelo mais humildão do Alinea, ambos em Chicago. Coincidentemente, Chicago é a cidade favorita do Sr. Namorado e, logo, um lugar que quero muito ir.
Aí fico naquele medinho de primeiro mundo de, no dia que eu finalmente conseguir ter a grana pra viajar pra Chicago, esse restaurante ter sumido do mapa. Falência? Não, mas esses caras tops não ficam muito tempo repetindo a mesma coisa. Eles sempre buscam uma coisa nova.
Acho que vou ter que perseguir o Grant Achatz pelo mundo.
Cupcakes de doce de leite
Receita da Tatyana’s Everyday Food, com adaptações.
Rende: 14 cupcakesMassa
85g de manteiga
3/4 xícara (155g) de açúcar
2 ovos
1/4 xícara (65ml) de leite
190g de doce de leite, bem consistente
1 xícara (140g) de farinha
2 colheres de chá de fermento
uma pitada de sal
1 colher de chá de extrato de baunilhaCobertura de buttercream de merengue suíço
3 claras
1/2 xícara + 1 colher de sopa (110g) de açúcar
1/4 colher de chá de cremor tártaro (ou uma gotinha de suco de limão)
200g de manteiga
4 a 6 colheres de sopa de doce de leite, bem consistente1 – Ligue seu forno em 180˚C. Em uma tigela, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme bem fofo. Adicione os ovos, um a um, batendo bem até incorporar e depois acrescente a baunilha. Bata novamente.
2 – Coloque o doce de leite em uma vasilha e leve ao microondas por 15 segundos, só pra dar uma leve amolecida nele. Não deixe ficar muito quente ou vai derreter a manteiga. Adicione ao creme na tigela e bata até incorporar tudo.
3 – Peneire a farinha, o sal e o fermento. Em seguida, alterne a adição dos secos e do leite, terminando com os secos e batendo somente até incorporar tudo.
4 – Divida a massa entre as forminhas (o que sobrar pra próxima fornada não tem problema deixar na bancada esperando) e leve para assar por 20 minutos, ou até que um palito inserido no centro de cada cupcake saia limpo.
5 – Fiz metade da receita de buttercream de merengue suíço. Como a original pede 5 claras, eu usei 3 aqui e deu certinho. Basta seguir todos os passos da receita original, usando as quantidades daqui. Quando estiver pronto, acrescente o doce de leite. Coloque primeiro as 4 colheres de sopa, depois adicione as outras se achar que precisa de mais sabor de doce de leite, mas lembrando sempre em checar a consistência da cobertura. Ela não pode ficar muito mole!
6 – Decore seus cupcakes como preferir. Eu usei um bico redondo comum, sem marca ou número, e fiz bolinhas conforme a foto, arrematando com outra bolinha por cima. Finalizei com uma bolinha no meio, e um confeito pra ficar ainda mais fofo.
Outros dos meus queridinhos do Chef’s Table incluem Massimo Bottura (QUEM não tem ele como queridinho?!), Magnus Nilsson, Ana Roš e Jeong Kwan. Estou terminando a terceira temporada e atualizo essa listinha no futuro.
E vocês? Já viram Chef’s Table? Quais os chefs mais interessantes pra você? Qual você viajaria pra conhecer?
Ju, eu também fico pensando, visualizando e sonhando em conhecer esses restaurantes maravilhosos ao redor do mundo, e vivenciar a experiência magnífica que deve ser! E experiência de tudo né? Gustativa, olfativa, sensorial… meu deus!
Vendo essa receita (que vou testar, com certeza) fiquei com uma dúvida: qual o papel do cremor tártaro numa receita? Pois esse fim de semana eu queria fazer essa cobertura, mas não fiz porque tava sem cremor tártaro, mas vi agora que você deu a opção de substituir por limão.. adorei esse seu cupcake, e achei lindo com essa decoração simples e esses wrappers, mas fico com uma dó de usar!
Beijos Ju!
Vivian, o cremor ajuda a estabilizar as claras, por ser ácido. É só um jeito de deixar “ácido” sem efetivamente ficar com gostinho azedo ou ácido mesmo na língua. Mas como eu disse, umas gotinhas de limão resolvem. Eu tbm morro de medo de usar os wrappers hahahaha vamos time!
Uau, Ju! Já fiquei imaginando o sabor desse cupcake! Deve ser bom demais!!! A textura dessa cobertura parece incrível!
Só assisti alguns episódios da primeira temporada do Chef’s Table e fiquei pensando exatamente nisso que você falou… Em quais deles eu gostaria de ir para ter uma experiência diferente e inesquecível? E quando será que conseguirei?
Beijo,
Ana
Ana, acho que talvez eu demore tanto tempo planejando e juntando dinheiro que o restaurante até tenha acabado sabe, hahahah. Afinal, esses chefs estão sempre em novas empreitadas. Beijos!
Juliana, lindo o seu cupcake! Fiu fiu!!
Chef’s Table é atualmente minha série não ficção favorita, porque não é só o prato que importa, mostra a vida e o caminho da pessoa, a forma de trabalhar e tem tanta inspiração que quase me deixa sem ar. :D
Agora… convenhamos que super vale viajar para comer nesses lugares todos.
Já estou pensando em visitar a Rússia por conta do White Rabbit!!!
Mas visite o DOM… vale todos os centavos.
Fora que Alex Atala é de uma gentileza sem par. Cara gente boa.
Bjs,
Lia
Lia, to assistindo o White Rabbit agora! E aí a Rússia entrou no meu mapa de onde viajar hahahaha. Complicado né?
Só assisti o Chef’s Table France, ameeeei. Queria ir ao restaurante do Troisgros <3
Lindo o cupcake, vou testar essa massinha de doce de leite, acho que vai fazer sucesso!
Aproveito pra agradecer a receita do brigadeiro, fiz ontem e ficou divino!
Não usei o leite em pó pq não tinha e fiz com creme de leite em lata (usei 2 latas de leite condensado, 1 lata de creme de leite e 2 colheres de manteiga). Espirrou pra chuchu, como você alertou hahahahaha
Mas em pouco menos de 30 minutos ficou no ponto. Muito bom mesmo, obrigada por compartilhar com tantos detalhes
Cecília, eu confesso que tem tempo que eu nem uso mais leite em pó naquela receita. Espirra bastante né? Mas fica na textura perfeita! Até vale a pena umas espirradas de brigadeiro hahahaha.
Ju, dá pra usar doce de leite feito a partir do cozimento do Leite condensado?
Beijos.
Claro! :)
Oi Ju! Definitivamente o Massimo me conquistou! Ainda sonho em conhecer o restaurante dele!
Massimo é amor, né?! :)
Vou confessar que não lembro muitos das 2 primeiras temporadas hehehehe mas esse que vc citou eu lembro exatamente pela perda de paladar, e o modo que ele e os funcionários fizeram pra identificar os sabores.
Terminei a terceira temporada ontem. Eu fico abismada como muitos cozinham e montam os pratos, verdadeiras obras de arte, mas são poucos que me dão vontade de comer (paladar infantil misturado com frescurite hahahahah)
Um abraço!
Fer, eu também olho pra alguns pratos e acho tão lindos, tipo obra de arte, que eu nem consigo pensar em comer. Dá vontade de só ficar tirando fotos hahaha
Oi Juliana! Esse foi o escolhido para ser o primeiro cupcake que eu mesma faço! – É claro que precisei de uma ajudinha. – Fiz Algumas alterações no cupcake, adicionei um recheio de doce de leite e no lugar do buttercream de merengue suíço, fiz um buttercream tradicional.
Conheço seu blog a pouco menos de uma semana, mas não esperei muito pra fazer uma das receitas apresentadas aqui.
OBS: Fiquei bem atrapalhada para fazer a voltinha do cupcake.